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Como diminuir o retrabalho em times de tecnologia

Strider Staff 14 de Janeiro de 2025
Retrabalho e débito técnico

O retrabalho é um dos maiores obstáculos na produtividade em projetos de tecnologia, e ocorre quando tarefas precisam ser refeitas, seja por falhas de comunicação, requisitos mal definidos, testes insuficientes ou mudanças abruptas no escopo. Além de elevar custos e consumir tempo, o retrabalho desmotiva equipes e compromete a qualidade das soluções entregues.

Neste artigo discutiremos as causas mais comuns do retrabalho, seus impactos e, principalmente, estratégias e ferramentas para reduzi-lo ao mínimo.

Como o retrabalho acontece em times de tecnologia?

No contexto de equipes de tecnologia, retrabalho refere-se a tarefas ou atividades que precisam ser reexecutadas devido a falhas originadas em fases anteriores do projeto, o que inclui correções de bugs evitáveis, ajustes forçados por requisitos mal estabelecidos e revisões contínuas causadas por alterações não planejadas.

Em projetos ágeis ou iterativos, certo grau de ajuste é esperado, mas o problema surge quando o retrabalho deixa de ser pontual e passa a consumir recursos de forma recorrente, impactando a velocidade do time, a satisfação dos stakeholders e a qualidade final do produto.

Principais causas do retrabalho

  • Comunicação ineficiente entre equipes: a falta de clareza ou alinhamento entre desenvolvedores, designers, analistas e gerentes de produto resulta em entregas desalinhadas e constantes revisões.
  • Falta de clareza nos requisitos iniciais: requisitos mal definidos, incompletos ou contraditórios aumentam exponencialmente a chance de retrabalho, pois o time “descobre” erros apenas depois que o código já está escrito.
  • Testes insuficientes ou tardios: ao postergar a testagem ou executá-la de forma superficial, problemas que poderiam ter sido identificados e corrigidos cedo são descobertos tarde, tornando a solução mais cara e complexa.
  • Alterações inesperadas no escopo do projeto: mudanças sem avaliação prévia do impacto levam a pivôs intempestivos, forçando o time a refazer partes substanciais do produto.

Consequências do retrabalho

Por menor que seja o retrabalho, ele vai envolver tempo, dinheiro e negociação com equipe e cliente. Horas valiosas serão desviadas da construção de novas funcionalidades para a correção de falhas que poderiam ter sido evitadas em etapas anteriores.

Cada correção implica direta e indiretamente em gastos adicionais com mão de obra, infraestrutura e potencial atraso no go-to-market, que pode gerar atrasos frequentes, reduzindo a confiança dos clientes e stakeholders e impactando a reputação do time e da organização.

E ainda tem o clima organizacional, principalmente no time de desenvolvimento, que acaba por se frustrar ao refazer entregas, prejudicando moral, engajamento e retenção de talentos.

Etapas comuns onde o retrabalho surge

Compreender em que etapas do processo o retrabalho aparece é fundamental para criar ações preventivas e proativas, evitando que as consequências do retrabalho comprometam o time.

A seguir, vamos avaliar as principais etapas e possíveis soluções:

Levantamento de requisitos

  • Problema: requisitos vagos, incompletos ou frequentemente alterados.
  • Solução: realizar entrevistas e workshops com stakeholders; documentar claramente cada requisito em ferramentas centralizadas; validar o entendimento do time por meio de protótipos ou histórias de usuário bem definidas.

Planejamento

  • Problema: falhas no cronograma, estimativas imprecisas e alocação de recursos inadequada.
  • Solução: envolver todos os stakeholders no planejamento inicial; utilizar metodologias ágeis (Scrum, Kanban) para ciclos curtos e feedback rápido; aplicar técnicas de estimativa (Planning Poker, estimativas por checkpoints) para melhorar a precisão.

Desenvolvimento

  • Problema: código mal estruturado, falta de padronização e ausência de revisões levam a inconsistências e bugs.
  • Solução: adotar padrões de código, guidelines e convenções de nomenclatura; estabelecer code reviews regulares e pair programming; investir em treinamento constante e mentoria técnica.

Testes

  • Problema: testes feitos tarde demais ou sem cobertura adequada deixam passar falhas críticas.
  • Solução: praticar Test-Driven Development (TDD) ou Behavior-Driven Development (BDD); automatizar testes de unidade, integração e ponta a ponta (E2E); manter pipelines de CI/CD para integração e entrega contínua, detectando erros rapidamente.

O papel do débito técnico no retrabalho

O débito técnico surge quando soluções rápidas, mas não escaláveis, são adotadas para cumprir prazos urgentes. 

Com o tempo, essas “dívidas” tornam o código mais difícil de manter, aumentando a probabilidade de retrabalho.

Exemplos de débito técnico

  • Código mal documentado e sem testes adequados.
  • Atalhos técnicos que comprometem performance e escalabilidade.
  • Dependências desatualizadas, que dificultam a evolução do projeto.

Como gerenciar o débito técnico

Para gerenciar o débito técnico é preciso dar atenção a 3 etapas: identificação, planejamento e manutenção contínua.

Na etapa de identificação é necessário mapear áreas críticas do código, registrando problemas e priorizando sua resolução.

Ao realizar o planejamento para pagamento da dívida técnica, deve-se incluir a resolução do débito técnico nas sprints, tratando-o como parte do backlog do produto.

Por fim, deve ser feita a manutenção contínua, onde será dedicado um tempo regular para a refatoração, atualizações de dependências e melhorias incrementais no projeto.

Estratégias para diminuir o retrabalho

Débito técnico

Para diminuir o retrabalho, é preciso que todo o time esteja comprometido e disposto a adotar ações de melhoria contínua, como por exemplo:

    • Planejamento detalhado
    • Definir metas claras e prioridades desde o início.
    • Dividir o trabalho em incrementos menores, permitindo feedback constante e ajustes no caminho.
    Comunicação eficaz
    • Adotar ferramentas como Slack, Teams, Jira e Trello para centralizar a comunicação.
    • Estabelecer rituais diários (stand-ups) e reuniões de review para alinhar expectativas.
    Boas práticas de desenvolvimento
    • Criar guias internos e padrões de arquitetura.
    • Investir em treinamento, cursos e workshops.
    • Praticar a revisão de código colaborativa e frequente.
    Automatização de processos
    • Implementar pipelines de CI/CD integrados ao repositório de código (GitHub Actions, GitLab CI, CircleCI).
    • Automatizar testes usando frameworks como Jest, Cypress e Selenium para garantir a qualidade contínua.
    Gestão de mudanças
    • Documentar pedidos de mudança no escopo.
    • Avaliar o impacto das alterações antes de executá-las.
    • Manter todos os envolvidos informados sobre as modificações e suas consequências.

Ferramentas que ajudam a reduzir o retrabalho

Além das estratégias e ações contínuas, o uso de ferramentas adequadas é essencial para minimizar o retrabalho. Veja a seguir algumas sugestões:

  • Gestão de Projetos: Jira, Trello, Asana.
  • Controle de versão: Git (GitHub, GitLab, Bitbucket).
  • Automação de testes: Jest, Cypress, Selenium.
  • Documentação: Confluence, Notion.

Criando uma cultura de prevenção ao retrabalho

O retrabalho é um desafio recorrente em projetos de tecnologia, mas não precisa ser uma barreira intransponível. 

Ao entender suas causas, mapear os pontos críticos do processo, investir em planejamento, comunicação, testes e automação, é possível criar um fluxo de trabalho mais enxuto, produtivo e motivador.

Adotar práticas preventivas, gerir o débito técnico de forma responsável e implementar ferramentas adequadas são passos fundamentais para garantir a qualidade e cumprir prazos.

 

Reduzir o retrabalho não é apenas adotar ferramentas e processos; trata-se de criar uma cultura organizacional baseada em melhoria contínua, que envolve:

  • Incentivar o aprendizado compartilhado, sessões de feedback e retrospectivas para identificar pontos de melhoria.
  • Manter todos informados sobre prioridades, mudanças e desafios do projeto.
  • Promover o diálogo entre diferentes partes do time de tecnologia – incluindo desenvolvedores, QA, UX, Produto e demais áreas de negócio.
  • Celebrar conquistas, destacar boas práticas e valorizar o esforço conjunto na redução do retrabalho.

Empresas que valorizam essas abordagens criam equipes mais eficientes, satisfeitas e competitivas no mercado global.

Se você é um desenvolvedor que está interessado em novos desafios e quer saber como trabalhar em empresas estrangeiras com toda essa cultura que falamos nesse artigo, a Strider está pronta para te ajudar.

Conheça nosso trabalho e descubra novas oportunidades!

 

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