A metodologia Scrum é um dos modelos ágeis de gestão mais famosos, sendo bastante utilizada no desenvolvimento de sistemas. O principal motivo é que esse tipo de produto necessita de uma alta velocidade nas entregas. Por isso, trabalhar com Scrum virou sinônimo de agilidade.
Mas essa não é a única característica da metodologia. É preciso conhecê-la profundamente: seus princípios, papéis, eventos e teorias que apoiam esse modelo de gestão. Neste guia, você vai conhecer sobre esses conceitos e muito mais, para conseguir colocar o Scrum em prática no seu dia a dia na empresa.
A metodologia ágil Scrum é um framework de gerenciamento de projetos e desenvolvimento de produtos que se concentra na flexibilidade, colaboração e entrega iterativa e incremental. Ou seja, o trabalho é dividido em partes menores e entregue ao longo do tempo.
Atualmente, essa é uma das abordagens mais populares dentro do movimento de desenvolvimento ágil. Seu principal foco é lidar de forma mais eficaz com a complexidade e as mudanças constantes - que são comuns aos projetos.
Esse gerenciamento só é possível porque o Scrum tem conceitos muito bem definidos, que você vai conhecer logo a seguir:
A metodologia Scrum se concentra na entrega de valor ao cliente de maneira constante, permitindo que as equipes respondam a feedbacks e possíveis mudanças de forma ágil.
Essa flexibilidade faz com que ele seja extremamente útil para a gestão de projetos que enfrentam incertezas e mudanças frequentes, como é comum em muitos projetos de tecnologia.
Por causa dessas características, o Scrum se baseia em três pilares: Transparência, Inspeção e Adaptação.
Esses pilares são fundamentais para a aplicação eficaz da metodologia. Veja no detalhe e tire suas dúvidas sobre cada um deles:
A transparência é a base do Scrum. Isso significa que todas as informações relevantes sobre o progresso, o trabalho em andamento, os desafios e os resultados devem ser visíveis e compartilhados entre os membros da equipe e as partes interessadas.
Esse pilar promove a confiança e evita mal-entendidos, permitindo que todos tenham uma visão clara do estado atual do projeto.
A inspeção envolve uma avaliação constante dos artefatos e do progresso do projeto. As equipes de Scrum realizam inspeções regulares durante os eventos do Scrum, como as reuniões diárias (Daily Scrum), as revisões de sprint (Sprint Review) e as retrospectivas de sprint (Sprint Retrospective).
Dessa forma, a equipe e as partes interessadas podem identificar problemas, riscos e oportunidades de melhoria com mais rapidez.
A adaptação é a capacidade de ajustar e melhorar o processo com base nas informações coletadas por meio da transparência e da inspeção. Uma vez que a equipe tenha informações sobre o progresso e feedback dos stakeholders, ela pode adaptar seu plano para a próxima iteração.
Isso permite que a equipe faça correções de curso, melhore seu desempenho e ajuste as prioridades para melhor atender às necessidades do cliente e do negócio.
Os três pilares são interdependentes e se reforçam mutuamente. Veja só:
Além dos pilares, o Scrum também possui 6 princípios que guiam a sua implementação e garantem sua execução da maneira correta. São eles:
Dentro da metodologia, alguns conceitos são confundidos com frequência. Um deles é a diferença entre Scrum e Scrum Master. Mas vamos esclarecer:
Algumas das responsabilidades do Scrum Master incluem:
Quer tirar todas as dúvidas sobre esse papel dentro da metodologia ágil? Veja este guia completo sobre Scrum Master.
A metodologia Scrum é baseada em um conjunto de princípios e práticas que proporcionam uma estrutura ágil para o desenvolvimento de produtos.
Embora Scrum não seja necessariamente orientado por teorias acadêmicas formais, ele incorpora várias ideias e conceitos que influenciam sua abordagem. Veja algumas das principais teorias e conceitos que estão interligados ao Scrum:
O Scrum é construído sobre a ideia de que o desenvolvimento de software é um processo complexo e imprevisível, e, portanto, requer um enfoque empírico para controle e adaptação.
Os três pilares do Scrum - transparência, inspeção e adaptação - refletem essa teoria. Já os eventos Scrum (Sprint Planning, Daily Scrum, Sprint Review e Sprint Retrospective) são projetados para permitir a inspeção regular do progresso e a adaptação às mudanças.
Embora não seja exclusivo do Scrum, o conceito de gerenciar o fluxo contínuo de trabalho é incorporado na prática de manter um Backlog do Produto e Backlog da Sprint.
O foco é em manter o trabalho em andamento e minimizar gargalos, permitindo que a equipe de desenvolvimento trabalhe em itens de maior prioridade.
O Scrum promove a autogestão da equipe, onde os membros da equipe têm autonomia para tomar decisões relacionadas ao trabalho. Isso é influenciado pelas teorias da psicologia que sugerem que a autodeterminação e a motivação intrínseca são fundamentais para o desempenho e a satisfação no trabalho.
O Product Owner, papel central no Scrum, está encarregado de maximizar o valor entregue ao cliente. Essa abordagem é fundamentada em teorias sociais, econômicas e de gestão que enfatizam a importância de fornecer valor tangível e relevante para o cliente.
Saiba que o Scrum é uma metodologia prática e pragmática, projetada para ser flexível e adaptável às necessidades das equipes e dos projetos. Embora não se baseie diretamente em uma única teoria, incorpora princípios e práticas de várias abordagens e filosofias para fornecer uma estrutura eficaz para o desenvolvimento ágil de produtos.
Conhecer essas teorias te ajuda a entender melhor a metodologia Scrum e facilita sua utilização prática no dia a dia.
A metodologia Scrum, como já vimos, é uma das mais populares no gerenciamento de produtos e softwares, que precisam de agilidade e costumam sofrer alterações frequentes. Mas como funciona a rotina de quem trabalha com Scrum? Em qual sequência os eventos acontecem?
Para tirar essas dúvidas, separamos aqui uma visão geral de como o Scrum é aplicado no contexto do desenvolvimento de software:
Criar o Backlog do Produto: O Product Owner trabalha com stakeholders para identificar e priorizar os requisitos, funcionalidades e melhorias que farão parte do Backlog do Produto.
Planejar a Sprint: A equipe, liderada pelo Scrum Master, realiza uma reunião de Planejamento da Sprint. Ele seleciona itens do Backlog do Produto para serem trabalhados durante a próxima Sprint e define um objetivo claro para a Sprint.
Daily Scrum: Todos os dias a equipe realiza uma reunião de Daily Scrum. A ideia da Daily é apresentar o que foi concluído no dia anterior, o que se planeja fazer no dia atual e sinalizar qualquer impedimento (blockers) para o restante do time.
Desenvolvimento e colaboração: A equipe trabalha nos itens do Backlog da Sprint para criar um Incremento de Produto. Eles colaboram, realizam o trabalho de desenvolvimento e testes, e mantêm um ambiente de comunicação aberto.
Remoção de impedimentos: O Scrum Master trabalha para remover quaisquer obstáculos que a equipe possa encontrar durante o processo, garantindo que o trabalho continue fluindo sem interrupções.
Sprint Review: No final da Sprint, a equipe realiza uma reunião de Sprint Review. Eles demonstram o Incremento de Produto ao Product Owner e outros stakeholders, obtêm feedback e discutem o que foi concluído durante a Sprint.
Sprint Retrospective: Após a revisão, a equipe realiza uma reunião de Sprint Retrospective. Eles refletem sobre o processo, identificam o que funcionou bem e o que precisa ser melhorado, e planejam ações para aprimorar a próxima Sprint.
Nova Sprint: Com base no feedback e nas lições aprendidas, a equipe inicia uma nova Sprint. O processo continua, permitindo que a equipe adapte suas abordagens, melhore continuamente e entregue valor incremental a cada atividade.
Colaboração: Durante todo o processo, o Product Owner trabalha em colaboração com a equipe, esclarecendo requisitos, fornecendo feedback sobre as entregas e ajustando o Backlog do Produto conforme necessário.
O Scrum desempenha um papel fundamental e traz várias vantagens importantes para o desenvolvimento de software. Veja algumas razões pelas quais o Scrum é necessário nesta área:
Um dos co-criadores do Scrum, Jeff Sutherland, explora os princípios e práticas do Scrum, compartilhando sua visão sobre como maximizar a eficiência e a produtividade.
Este livro aborda os desafios de estimativa e planejamento em projetos ágeis, oferecendo técnicas práticas para estimar o esforço, planejar iterações e lidar com a incerteza.
Jeff Patton explora a técnica de User Story Mapping, uma abordagem visual para mapear os fluxos de trabalho do usuário e criar produtos que atendam às necessidades reais.
Embora não seja especificamente sobre Scrum, este livro explora o método Kanban, uma abordagem ágil para gerenciar o trabalho de maneira eficiente e contínua.
Este livro se concentra nas retrospectivas, uma parte fundamental das metodologias ágeis. Ele oferece insights sobre como conduzir retrospectivas eficazes para melhorar continuamente o processo.
Kenneth Rubin oferece uma abordagem abrangente e prática para o Scrum, abordando tópicos como papéis, cerimônias e artefatos, além de estratégias para aplicar o Scrum com sucesso.
Todas essas recomendações oferecem uma ampla variedade de perspectivas e práticas que podem enriquecer sua compreensão das metodologias ágeis, principalmente sobre o Scrum, e vão te ajudar na aplicação bem-sucedida desse modelo de gestão nos seus projetos.
A adoção do Scrum como método ágil no desenvolvimento de software traz vantagens como flexibilidade para se adaptar a mudanças e entregas contínuas. Além disso, ele também possibilita uma maior transparência para todas as partes interessadas, colaboração intensa entre a equipe e clientes, foco no valor de negócio, melhoria contínua e redução de riscos.
No entanto, sua eficácia depende do contexto do projeto e equipe, e desafios podem surgir na adoção e manutenção. Portanto, é essencial avaliar cuidadosamente a adequação do Scrum ao cenário específico.
Qualquer equipe envolvida no desenvolvimento de projetos, como equipes de desenvolvedores, designers e outros profissionais da área, pode atuar no desenvolvimento de projetos com Scrum.
Entretanto, é importante ter os papéis bem definidos: um Scrum Master para orientar a equipe sobre as práticas do Scrum e um Product Owner para definir as prioridades e os requisitos do produto. Isso vai garantir a colaboração eficaz entre todos os membros e partes interessadas ao longo do processo ágil.
No Scrum, o gerenciamento de prazos e datas finais ocorre por meio de iterações de tempo fixo chamadas sprints, onde a equipe seleciona e trabalha em itens de maior prioridade do backlog. Embora as datas finais sejam importantes, o foco principal está na entrega contínua de incrementos de valor a cada sprint.
Não, o Scrum não estabelece um número fixo de membros da equipe como obrigatório. Embora seja frequentemente recomendado que as equipes do Scrum tenham um tamanho ideal entre 5 e 9 pessoas, não existe uma regra rígida de que a equipe deve ter exatamente 12 pessoas ou qualquer outro número específico.
O tamanho da equipe deve ser determinado com base nas necessidades do projeto, na complexidade do trabalho, nas habilidades da equipe e em outros fatores relevantes.
O objetivo é ter uma equipe pequena o suficiente para ser ágil e colaborativa, mas grande o suficiente para abranger uma variedade de habilidades necessárias para o desenvolvimento do produto.
Portanto, o tamanho da equipe pode variar, desde que a dinâmica e a comunicação eficaz sejam mantidas.
Existem várias plataformas e ferramentas que podem ser usadas para facilitar a aplicação da metodologia Scrum e auxiliar equipes no gerenciamento de projetos. Veja algumas delas:
Jira (Atlassian): uma das ferramentas mais populares para gerenciamento de projetos ágeis. Ele oferece recursos completos para criação de backlogs, planejamento de sprints, acompanhamento de tarefas, geração de relatórios e muito mais. O Jira é altamente configurável e pode ser adaptado para se alinhar ao fluxo de trabalho específico da equipe.
Trello (Atlassian): é uma plataforma visual e intuitiva que utiliza quadros, listas e cartões para organizar tarefas. Embora seja mais simples do que o Jira, é muito adequado para equipes menores ou iniciantes em Scrum. Nele, você pode utilizar o modelo Kanban
Azure DevOps (Microsoft): anteriormente conhecido como Visual Studio Team Services, o Azure DevOps oferece um conjunto completo de ferramentas para planejamento, desenvolvimento, testes e entrega contínua. Ele inclui recursos específicos para Scrum, como backlogs, quadros Kanban e relatórios de progresso.
Targetprocess: é um sistema de gerenciamento ágil que oferece uma visão abrangente do desenvolvimento, desde a visão do portfólio até o detalhamento de tarefas individuais. Ele permite criar fluxos de trabalho personalizados para se adequar ao processo de sua equipe.
Scrumwise: é uma ferramenta focada especificamente em Scrum, oferecendo recursos para gerenciar o backlog, planejar sprints, monitorar o progresso e conduzir retrospectivas.
Lembre-se: a escolha do sistema depende das necessidades e tamanho da sua equipe, do orçamento disponível e das características específicas do seu projeto.
O mais importante é selecionar uma plataforma que seja intuitiva, promova a colaboração e facilite a aplicação eficaz dos princípios do Scrum.
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